Num alinhamento que lembra um diário, pela sua ordem cronológica decrescente, o autor apresenta uma série de textos que vem publicando periodicamente no Facebook, como forma de partilhar sentimentos, pontos de vista, perspectivas, e até opiniões, muitas vezes críticas, mas sempre sob o denominador comum da subjectividade. Há poesia e também alguns pequenos contos, em que a realidade se alia, na maioria dos casos, à ficção. À pergunta inicial do Facebook "Em que estás a pensar?", responde o autor com estes textos, que agrupou para esta colectânea em três áreas: a "Espuma dos dias", que é isso mesmo (inquietações do cidadão comum sobre o Tempo no respeitante ao presente, passado e futuro), a "Música e o Cinema", as suas duas artes preferidas, e, finalmente, as "Memórias", sobretudo as familiares e mais ligadas à infância, num exercício de revisitação dos inícios duma vida que vai em 67 anos. Em síntese, uma amálgama de reflexões à volta do ser, do estar e do sentir, desencadeadas tanto por detalhes aparentemente sem importância, como pela interrogação mais comum quando se fala da Vida: qual o seu sentido?
 

Luís Manuel Cara d' Anjo nasceu em Novembro de 1953, em Portalegre, a tal "cidade do Alto Alentejo, cercada de serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros", de que falou José  Régio com profundo conhecimento de causa. No seu Liceu terminou o antigo 7º ano, tendo migrado para Paço d' Arcos em 1971 com a mãe, ambos se juntando ao pai, que ali trabalhava como pedreiro nas obras da então conhecida empresa J. Pimenta. Tinha 17 anos e ainda com essa idade começou o seu percurso profissional, como Recepcionista dum Aparthotel da referida empresa. Como trabalhador-estudante terminou a sua formação superior em Psicologia, no ISPA, tendo passado a integrar então os quadros da RTP, em 1979, onde trabalhou durante cerca de 30 anos, a maioria dos quais na Direcção de Recursos Humanos, como Gestor. Retirado da vida profissional, dedicou-se sobretudo a desenvolver o seu gosto pela Música, como amador indefectível desta arte, a par de algumas incursões noutras lides, como é o caso destes escritos pessoais que agora aqui deixa.