“Era jovem quando li num qualquer almanaque que “Cada velho que morre é uma biblioteca que se perde”, provérbio de origem incerta, mas transversal a qualquer sociedade onde, principalmente, se cultive a oralidade como fonte do conhecimento ancestral.

Foi, então, chegado o tempo de abrir as comportas da memória e casá-la com o tempo da escrita das histórias falseadas, se bem que condimentadas com alguma parca veracidade. Assim, este livro resulta da fusão de algumas vivências hauridas por diversos personagens e fundidas na fantasia da ficção, mescladas noutras histórias ouvidas à roda de uma fogueira numa qualquer savana ou no meio duma rodada festiva numa qualquer vila, num tempo memorial que medrou nas décadas de 60 e 70 do século passado e no espaço geográfico de Moçambique...”

Alexandre Alves Ferreira é natural de Moçambique, onde viveu duas décadas e meia. Estudioso da colonização portuguesa naquele território, publicou “Moçambique 1489-1975” (Editora Prefácio, 2007), dicionário de temática histórica, e “Ilha de Moçambique – o legado português” (Editora Colibri, 2019), relato da presença colonial e da herança lusitana naquela ilha.