O envelhecimento foi, desde sempre, motivo de reflexão do ser humano. Porém, ao longo do tempo, o conceito de envelhecimento e as atitudes perante o idoso tem vindo a mudar refletindo, por um lado, o nível de conhecimentos sobre fisiologia e anatomia humana, por outro, a cultura e as relações sociais de cada época. Tornou-se o fenómeno muito mais relevante nas sociedades desenvolvidas, devido à sua implicação na esfera socioeconómica, para além das modificações que refletem a nível individual, e em novos estilos de vida. O crescimento populacional dos idosos é decorrente das conquistas tecnológicas e da medicina moderna, que produziram ao longos dos últimos anos, meios que tornaram possível prevenir, diagnosticar e curar muitas patologias fatais no passado, aumentando assim a esperança de vida, e consequentemente, reduzir a taxa de mortalidade verificada na maioria dos países, principalmente daqueles considerados subdesenvolvidos. Aliado a este fator temos a redução das taxas de natalidade e a queda da mortalidade infantil, conduzindo a um aumento da proporção de adultos (Imaginário, 2008,p10).
Neste ambiente de grande transformação, questionar o impacto do envelhecimento na organização social e económica, partindo da análise das mudanças sociodemograficas e politicas que envolvem o envelhecimento na nossa sociedade, tem sido objeto de investigações atuais.
No nosso percurso profissional ao cuidarmos de idosos no nosso dia-a-dia e com os seus problemas, privilegiamos esta temática, com a finalidade de engrandecer o envelhecimento, em ordem a contribuir para o que se pode chamar um envelhecimento bem-sucedido, dado que nos parece importante nas politicas sociais ter em conta a pessoa do idoso e o seu aprender a viver com a idade.
Esta investigação foi conduzido com a determinação de contribuir para que o idoso apreenda a conhecer o valor do seu envelhecimento e a relação desse conhecimento com a Qualidade de vida (QDV), de forma a que encare esta etapa da vida como “um tempo diferente em que a felicidade continua a ser a razão de viver”( Grün,2010,p.7).
Considerando as conclusões da pesquisa, confirma-se que: todos os idosos são únicos e diferentes, logo não podem ser tratados de igual forma. Há que ter uma visão holística do idoso, e aqueles que encaram o envelhecimento com um fenómeno natural, atribuem maior sentido a vida, envolvem-se mais no seu meio e são mais felizes. Concluímos também, que os idosos têm muito para oferecer à nossa sociedade. Para tal, os profissionais de saúde/profissionais de Gerontologia Social e a sociedade em geral devem interagir de forma, a explorarem a capacidade de escuta, desenvolvendo o seu saber e que ofereçam a sua presença global, isto é, estejam com a Pessoa Idosa.
Esta investigação não encerra aqui. Ela vai estar sempre presente com apoio direto aos idosos que recorrem ao nosso serviço diariamente, não só com a finalidade de prolongar e facilitar a vida do idoso através de cuidados médicos, mas transmitindo-lhes todo o nosso saber. Desta forma pretendemos contribuir para que eles redescubram o valor e o significado da velhice, para que a possam aceitar e estar de acordo com tudo o que ela acarreta.
Só assim os idosos “serão uma bênção para a nossa sociedade” (Grün, 2010,p.23).
Maria de Fátima da Fonseca Quelhas Barbosa Figueiredo nasceu na cidade da Covilhã há 47 anos, conclui o curso de Enfermagem Geral em 1991 e a licenciatura em Enfermagem em 2001, na Escola Superior de Enfermagem Dr. Lopes Dias - Castelo Branco. Em 2011, obteve o Grau de Mestre no Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa - Faculdade de Ciências Humanas e Sociais - Universidade Lusíada de Lisboa, com a apresentação da dissertação intitulada O Processo de Envelhecimento Humano sob o olhar do idoso - Aprender a viver com a idade - A realidade do Concelho da Covilhã. Especialista em Igualdade de Género, tem no curriculum várias comunicações em simpósios de enfermagem. Colaborou no projeto escala de Braden - um instrumento para a qualidade dos cuidados, no Hospital Pêro da Covilhã - Centro Hospitalar Cova da Beira – EPE, onde exerce desde1991.
Coautora do livro Prevenção e tratamento de úlceras, Edições Formaçau, ISBN:972-8485-20-H
Arguição de júri de Mestrado “Causas e Consequências da Institucionalização de Idosos” do curso de Gerontologia, apresentada na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, em Outubro de 2012.