A Independência política do Brasil (proclamada em 1822 e reconhecida pelo Reino de Portugal em 1825) terá sido conquistada pacificamente, como comumente é referida? É sabido, mas pouco divulgado, que embates navais na costa brasileira, entre a recém-criada Marinha Imperial brasileira e a Marinha Real portuguesa, e combates terrestres, entre patriotas e as forças portuguesas da Legião Constitucional Lusitana, nas regiões da Bahia, Piauí, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul, ocorreram nos anos iniciais da década de 1820. Guilherme de Andrea Frota e Fábio Neves Luiz Laurentino, em «Dicionário da Independência do Brasil», revelam-nos verbetes com personagens e acontecimentos desde momento singular da História do Brasil, como o caso de Ladislau dos Santos Titara, poeta e militar brasileiro que escreve «Paraguaçu: epopeia da guerra de Independência na Bahia», que pretendeu, à moda camoniana, celebrar e rememorar as lutas da independência do Brasil travadas na Bahia. Mostrando um panorama cultural brasileiro, é um exemplo de que é mais fácil romper laços políticos e económicos, do que intelectuais e mentais entre dois povos. Este livro releva alguns personagens e acontecimentos da História Militar portuguesa e, sobretudo, brasileira, procurando compreender também, através dos acontecimentos militares, a construção da brasilidade no início do século XIX.