Quando se iniciaram as primeiras escaramuças violentas no Norte de Angola em 1961, nasceu o calvário da juventude Portuguesa. Esta viu-se confrontada com a obrigatoriedade de um serviço militar alongado no tempo da sua duração. Isto subjugála-ia a, de uma forma contraditória, o terem que fazer e suportar a guerra.
Ah como eu gostei de ter vivido em Coimbra. Morar numa República,… aquela vida boémia,… as Tunas,… as serenatas,… as praxes,… assistir aos jogos da Briosa. E estudar muito tambem!...
Depois foi o colapso de 1969 !…. e a revolta que nos levou compulsivamente para dentro dos quartéis, como castigo da nossa insurreição académica.
E a mata Africana, o capim, as minas, os fornilhos, o enfrentamento com os guerrilheiros, e o camarada caído inerte, morto ao nosso lado.
E a forçada ausência dos nossos lares e familias.
E só nos restou Lutar e Escrever.
E estes testemunhos nos alvores da juventude universitária, promessa de um futuro construtor, revelaram a forma como foram coartadas todas as esperanças dessa massa estudantil, que de forma subjacente foi calada e amordaçada.
E depois de todo o inferno que lhes impuseram, resta para memória desses idos os relatos que acharam por bem deixar para os vindos.
Carlos Miranda Henriques nasce em Lisboa em 1948.
Vive e estuda na grande cidade, onde habita até hoje.
Licencia-se em Engenharia Civil, sob o lema da sua alma mater: “I will try”.
Alcança os seus objectivos ao exercer Direção e Fiscalização de obra, numa empresa Multinacional a operar no seu País de adopção: Cabo Verde.
E é na largueza do sertão Africano que se inspira para a sua escrita.
Tem um livro já publicado, sobre a guerra colonial, como homenagem à geração de milhares de jovens que, como ele, foram esmagados pelo peso da guerra de África.
Autor do artigo de apreciação académica no estudo comparativo entre Estruturas metálicas e Betão armado, para a revista da proteção civil CEIPC.
Foi um dos Speakers representante da Loid Engenharia, na Tanzânia no tema “A Engenharia no desenvolvimento da África subsariana”, a convite do Instituto George W. Bush, U.S.A.