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Num país onde a política virou novelas e a justiça anda de pantufas e outras vezes descalça, só faltava isto: um tuga de chinelo, com colher de pau ao pescoço e feijoada no bolso, eleito deputado e a subir à Presidência da República.

 

Vini não é herói. É só um tipo que cansou de ser enganado e decidiu raspar até à verdade. Entre discursos no Parlamento Europeu, selfies com o Papa, bifanas no Palácio de Belém e visitas à prisão (como hóspede, não como político... ou talvez como os dois), esta é a história de um país contado com gargalhadas, molho e muita alma no peito.

 

Uma sátira sem travões, uma comédia séria, um retrato português onde até o Fiat Uno tem voz e o Renault 5 chia.

 

Se não rir, vai chorar. Mas pelo menos, vai acordar.

 

 

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AUTOR

João Carvalho Condeço nasceu em 1976, cresceu entre o cheiro da madeira e o som dos martelos, e fez da escultura uma forma de respirar. Hoje reformado, não deixou de ser escultor, apenas passou a esculpir mais com palavras do que com as mãos. É também investidor e empreendedor por teimosia daqueles que não esperam sentado que o país mude, antes escrevem sobre isso.

É autor do livro O Primo Vini, uma sátira ao “país sério”, onde cria uma espécie de Zé Povinho moderno, inspirado no traço mordaz de Rafael Bordalo Pinheiro. Vini, um Calisto que chega ao poder sem saber bem como, serve-lhe de espelho e caricatura para expor os absurdos da política e da sociedade portuguesa.

Criador da personagem Vini e de outras tantas figuras que misturam crítica social com gargalhadas, escreve como quem parte uma bilha velha para ver o que está lá dentro: às vezes água-benta, outras vezes apenas pó. Acredita que rir do absurdo é a última forma de sanidade em Portugal.

Luta diariamente contra uma esclerose múltipla com a mesma força com que enfrenta a burocracia nacional com sarcasmo, paciência e uma colher-de-pau imaginária. Porque, às vezes, não basta lidar com um país ao contrário… é preciso também aguentar um corpo que insiste em desafiar a lógica.

Vive entre Portugal e o Brasil, com uma esposa maravilhosa, um cão chamado Kipling e um papagaio emprestado. Recusa-se a aceitar que o “tuga” não muda.

É também radioamador licenciado desde os anos noventa, com indicativo CT1FQL, porque, quando não está a escrever, está a tentar comunicar com o mundo inteiro… mesmo que ninguém oiça.

Admirador confesso de Fernando Pessoa, ousou no primeiro Delírio pôr todos os heterónimos a viver num apartamento entre dívidas e falta de absinto. No segundo volume empurrou-os até Pitões das Júnias, onde Caeiro apascenta cabras, Campos ergue pistões, Reis tenta impor disciplina clássica, Soares redige atas inúteis e o Velho do Restelo reclama de tudo. Entre sabotagens falhadas e assembleias improvisadas, todos provam que a literatura também pode ocupar uma aldeia, transformar um mosteiro em parlamento e rir-se da tragédia como quem escreve um poema épico às avessas.

Delírio Organizado é, em suma, a ousadia de pôr Fernando Pessoa e os seus heterónimos a satirizar o Portugal de hoje, num exercício de humor literário que ninguém antes se atreveu a fazer.


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