Com este livro, não pretendo ensinar como aprender a viver o luto pelos nossos filhos. Não sou licenciada nem doutorada nessa matéria, mas sou Mãe, sensível e racional, pelo que gostaria muito de conseguir passar, através do meu testemunho, a minha mensagem de alento a todas as Mães e Pais em luto.
Perdi o meu único filho, no dia 13 de dezembro de 2005, tinha 17 anos de idade, devido a uma queda à qual não resistiu. Um filho saudável e na flor da idade. Em segundos fiquei vazia de tudo. Hoje, passados 6 anos e 4 meses, sinto-me uma nova mulher!
Não há cartilhas, estudos ou regras para determinar ao que chamo de tempo certo, porque somos diferentes, vivemos lutos desiguais, precisamos de um tempo que é só NOSSO e que depende unicamente de nós, para nos reedificarmos, para encontrarmos de novo vontade de viver, mesmo que na dor e no sofrimento. Também não há trilhos melhores ou piores, maiores ou menores para alcançar esta vontade. Cada um, a seu tempo e a seu jeito, encontra o melhor rumo para construir-se na verdade que acredita ser a melhor para si, & e não só, & para quem está connosco, para quem partilha o nosso dia-a-dia, & para todos, na vida cá fora !
Um dia, seremos recompensados, no tempo certo, algures por aí!
Até breve, &sem pressas!
Maria Ilda de Freitas Castanheira, nasceu no dia 23 de dezembro de 1962 no Funchal. Entre 1982/86, tirou o curso de Superior de Secretariado, pelo Instituto Superior de Línguas e Administração de Lisboa. Em 1993, regressa, definitivamente, à Madeira.
No dia 13 de dezembro de 2005, morre o seu único filho.
Em 2006/07, iniciou o seu primeiro trabalho voluntário na Fundação Zino, instituição de solidariedade social para crianças de risco, onde exerceu as funções gerais de apoio escolar às crianças internas.
Em 2010, voltou a voluntariar, de forma independente, para dar apoio às famílias atingidas pelas enxurradas que assolaram a Madeira a 20 de fevereiro daquele ano.
No ano letivo de 2011/12, frequentou o curso de Técnico de Ação Sócio Educativa, que concluiu com 19 valores. Abraçou este curso e estágio, para entregar-se com mais “saber” aos trabalhos de voluntariado que deseja continuar a desenvolver.
O fascínio pelas crianças, o curso e estágio foram motor mais do que suficiente para a sua candidatura e respetiva admissão na Universidade da Madeira, para efetuar a Licenciatura em Educação Básica.
Sempre adorou escrever, e fê-lo sempre na intimidade, para o filho, família e amigos. Escrever, mais do que ler, fez e continua a fazer parte da sua terapia de luto.
No início de Junho de 2012, começou a escrever o seu primeiro livro “VIVO EM MIM”.