Carlos estava feliz pelo seu rapaz e não resistiu a festejar com os amigos do trabalho e, depois, com os da terra, apanhando uma bebedeira tal que, quando chegou a casa, não conseguiu tomar conta da filha, de quem forçosamente teria de cuidar, já que a mãe estava na maternidade e a avó só cuidava dela durante o dia.
Esta, já com 5 anos, estava em casa quando o pai entrou e, apesar da idade, viu bem o desarranjo em que se apresentava. Não era a primeira vez.
Ouviu-o falar e cantar até que lhe apeteceu, sem entender nada do que dizia. Viu-o atirar-se vestido para cima da cama e adormecer rapidamente, sem lhe dar qualquer importância. Era como se ela não existisse.
Beatriz já o conhecia de outras vezes e assim, mesmo sem comer, recolheu-se no seu quartito frio e desaconchegado com um naco de pão na mão e lá ficou até que, de manhã, a avó apareceu e lhe contou que ela já tinha um irmãozito. Beatriz não gostou da ideia de ter esse irmão.
Por causa dele, o pai não lhe tinha dado atenção, nem jantar, não falara nada com ela, e fizera tanto barulho toda a noite que a assustara. Ela, como era forte e destemida, comera um pedaço de pão e refugiara-se no que considerou um castigo.
De manhã, Carlos ainda dormia vestido em cima da cama. Naquele dia não foi trabalhar. A avó, sem o acordar, pegou na menina e levou-a com ela, sempre a balbuciar:
– Volta sempre ao mesmo, não vai ter cura se não se internar. Teimoso como um burro. É sempre a mesma coisa, não tem emenda. Já sei como é, não tenha eu lá um exemplo em casa. A minha filha vai ter um tormento, ai, isso vai.
– Que vais a dizer, avó?
– Olha, vou a dizer que me valha Deus, que se não for Ele ninguém nos pode acudir, nem a mim, nem à tua mãe, nem ao teu pai, nem ao mundo, porque está tudo perdido.
Nascida a meados do século passado,foi batizada à pressa, para se salvar a sua alma de doença súbita, e ainda recorda o cheiro do pão com omelete no cesto do lanche do irmão. Tirou o curso de Ciências Farmacêuticas na Universidade de Coimbra, sendo farmacêutica de oficina há pelo menos de 35 anos, deixando assim para trás o sonho de um dia ser ginasta de profissão. Com fama de extrovertida, o que é um disfarce, é profunda em tudo o que sente e rasa em tudo o que faz.
Ama a sua família acima de tudo!Mãe zelosa e atenta, considera os seus dois filhos a obra mais perfeita e preciosa que fez e tem na vida. É fiel aos que ama, às suas convicções e aos princípios em que foi criada. Estima a amizade e confia nos meus amigos. Acredita que a força do amor e da amizade podem mudar o mundo.
Gosta de dançar! E não mente!
Sempre escreveu cartas de amor em folhas soltas, por gostar. Hoje escreve sobre o que gosta, como gosta, para quem quiser gostar com ela (e dela).
Escreveu “Aqui Vai o Lenço”, na 2ª edição, o romance “Mulheres Singulares”, “Aqui Fica o Lenço”, este a continuação do seu 1º livro.
Lançou em 2013 o seu 1º livro de poesia, “ Em Carne Viva”. Aqui, despe-se de pudores e põe a nu tudo que lhe vai no corpo, na alma e na mente, num grito de libertação e de revolta.
Está presente em variadas Antologias poética e Colectâneas de variadas editoras, tanto com poesia como com contos.
Está presente numa Antologia Argentina da Editorial Rosário, com o poema ”O amor...ontem…e hoje” escrito na língua portuguesa e também em espanhol
Lançou em Abril 2013, o seu segundo livro de poesia “Nua sob a Lua” e em Abril de 2014 “ Quadro Interior”.
Em Outubro de 2015 lançou o romance “ Vozes do destino”.
Tem dois blogs, um informativo de assuntos diversos relacionados com áreas que podem interessar o público em geral: “criada de servir” http://criadadeservir.blogspot.pt/ e outro blog, o “o saco de nozes”, onde escreve os seus pensamentos, os seus poemas e contos, onde vivesolta e livre. http://osacodenozes.blogspot.pt/ .
Nele, Inês ama oculta, escreve a dor e o amor, chora, e sorri sempre que lhe apetece, olha o mundo com os seus olhos, sente com a sua alma e grita ou deleita-se, encontrando-se em cada palavra escrita. Sente paz ou não, mas é dona de tudo, porque ali, tudo lhe pertence incluindo o bem e o mal, o bom e o mau.
Tem ainda um Blogue de autora, o “ Blogue oficial da autora Inês Maomé” https://inesmaome.wordpress.com/
Inês Maomé