Minha Nudez retrata um pouco da alma duma menina que se apaixonou, por um emaranhado de letras.

Aqui o leitor é livre, pode voar dando asas aos sonhos.

Um dia, o meu editor Vieira da Silva me desafiou a lançar um livro de poesia.

Escrever poesia, para mim não foi um desafio… o desafio foi escolher alguns poemas entre muitos, muitos e muitos poemas. 

Escrevo poesia desde que aprendi a escrever.

Já lancei rimas às selvagens águas do rio Lúrio muitas vezes bebido, por milhões de bocas sedentas, tingido de vermelho por milhares de bocas esfomeadas e docemente acariciado, pelo não menos, selvagem Oceano Índico onde, as gigantes jamantas sobrevoam o meu versar...

As lancei também aqui, nas azuis águas do rio Sado, cavalgado pelos majestosos golfinhos e tão salgado como o Atlântico por ele deliciosamente beijado. 

Um dia, um poeta irmão, disse-me:

− O que escrevo... não sinto!

Pois eu... tudo o que escrevo, são retalhos do meu sentir!

Se não sinto... não escrevo!

No livro Minha Nudez...

Sou um tantinho como os pardais depois duma chuvinha de verão...

Eles perdem-se nas goteiras...

Fazendo d’água as suas brincadeiras. 

Eu... deixo voar a alma e o coração 

E perco-me.... entre as palavras e a inspiração!