Não tenho ideia onde nestas páginas acaba a vida e começa o sonho. Ao virar de cada página desta obra desço a um mar de sentimentos confusos, de necessidades profundas, alegrias e tristezas, a uma visão contada na primeira pessoa.
E, cada palavra escrita foi o soltar de uma lágrima, o soletrar baixinho de palavras sem sentido, o afogar de sentimentos que gritavam para viver ... foi o passar para o papel tudo o que não conseguia exprimir!
No fundo de um mar profundo é todo um relato de uma adolescência sentida, onde o mundo envolto é coberto de fantasias e sonhos, por vezes difíceis de concretizar.
Cada um destes sentimentos disfarçados de poema, comporta um episódio real, dirigido a alguém imaginário ou talvez não, que ocupou por tempo indeterminado a minha vida e, ao longo dela me inspirou e ajudou a crescer. E, em cada palavra perdida escrita nestas páginas, consegui começar e terminar sonhos mas, dando sempre à minha vida uma razão para viver.
Menina mulher,
vida de sonhos, ilusão que manda, quer, sofre,
segredos fechados num cofre
cuja chave deitada ao mar,
só será encontrada na noite em que a lua o beijar.
Menina dos sonhos, a que acredita no Amor,
que sente o aroma de uma flor
esquecida ao acaso num beco.
Mulher de uma só razão
cujo presente a persegue
amarrada à recordação.
Duas faces bem distintas
numa vida tão igual,
pergunto – me agora apenas:
Menina mulher,
ou mulher menina afinal ?