“ A pandemia pelo Covid-19 cai no mundo, em 2019, como uma bomba. Instala-se o caos com um vírus que se transmite pelo ar, tendo as pessoas que ficar isoladas. Logo de seguida, em fevereiro de 2022, dá-se a invasão da Ucrânia pela Rússia e, no final de 2023, inicia-se um novo e severo conflito entre Israel e Palestina. Milhares de pessoas morrem da pior maneira, sem acesso à saúde, violadas, mortas a sangue-frio e de outras maneiras que nem ouso escrever. Uma vergonha para toda a humanidade.

  Durante estes anos senti-me constantemente à beira de um PRECIPÍCIO, como se a qualquer momento pudesse vir algo ou alguém que me atirasse para o abismo. A escrita, as palavras, a realidade e a ilusão foram as formas encontradas para não me doerem tanto os dias. Apesar de todas as tragédias que presenciei, também pude assistir à força e resiliência do ser humano. Vi pessoas que se uniram para ajudar quem mais necessitava, oferecendo apoio emocional e recursos. Testemunhei atos de bondade e solidariedade que me fizeram acreditar que ainda há esperança neste mundo tão devastado.

  No meio do caos e da incerteza, encontrei refúgio na escrita. Através das palavras, pude expressar as minhas emoções mais profundas. A poesia tornou-se aliada pela esperança de um futuro melhor. Sei que esses tempos sombrios não são eternos. Acredito na sabedoria do ser humano e no poder da comunidade para juntos superarmos todas as adversidades. Só a Paz e o Amor nos podem salvar.”

Vanda Paz nasceu em Lisboa, no ano de 1970. Passou a sua infância e juventude entre Algés e Alcântara. Estudou e escreveu os seus primeiros poemas nos Pastéis de Belém e na Torre de Belém junto ao Rio Tejo, desde os 14 anos. Tirou o Mestrado em Engenharia Alimentar e é Enóloga de profissão na Região da Bairrada e no Alentejo. Tem dois livros de poesia editados: “Brisas do Mar” (2008) e “Dedos Acesos” (2011). É mãe da Catarina e do Filipe, e foram eles, mais os seus amigos, que a inspiraram a escrever este livro entre tardes de leitura e brincadeiras ao ar livre.