Livro

O dom de minha mãe, sei-o agora, era o medo que tinha de eu não ser feliz nas suas mãos de regaço. A obra poética, em si, não só reflete e transmite memórias dos entes queridos do Autor, mas também reflete e descreve a boémia vadia da banda Rompe e Rasga do palhaço Noronha, bem como os pregões reais cheios de maresia da vareira Aurora, em Ovar. Ainda hoje se houve o toque de silêncio quando o general Barbaças desceu à terra sem o toque de clarins. Memórias do jogo da bola, do pião, da malha e as manhas nas manhãs do capador. Os foguetes queimam os ventos na procissão do quinze de agosto, mas setembro que vem… há filhos para nascer. A matança do porco como tradição e sustento era um dia de festa louco para as crianças… que até pretendiam ouvir os pecados do porco. A Biblioteca da Gulbenkian era um marco nos desejos da leitura, como igualmente foram um marco o choro e o desalento quando um dia batem à porta e perguntam quem é e lhes dizem que é a Guarda e, assim, entre choros e prantos doridos, parto na folha da baioneta e fico numa nesga e meia de chão.

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AUTOR

António Bahia nasceu na área do baixo Mondego e reside em Coimbra, que adotou. Faz os seus estudos liceais em Cantanhede e, desde cedo, toma contacto com a leitura e a escrita. Como estudante, participa em várias tertúlias de arte e do contra. Colabora em jornais da região. Faz abordagem ao teatro escrito cujas obras nunca foram editadas. Aborda a pintura. Publica, como autor, um livro de poemas, em 1969, que não vingou, vítima do lápis azul da censura. Após Abril, a sua produção literária torna-se intermitente. Esteve ligado à Indústria Farmacêutica durante alguns anos. Licenciado em Direito, atualmente, exerce Advocacia. Integra grande parte das diversas antologias de poesia da Edições Vieira da Silva.   

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