Versos (in)versos, mais do que uma forma de apresentar poesia, pretende que a poesia fale de si própria, numa espécie de introspeção poética. Há versos dentro dos versos, escondidos ou embrulhados em si mesmo, e são esses versos a analisar-se, a criticar-se ou a certificar-se da sua própria existência. Versos que podem ter, e muitas vezes têm, características humanas. E, tal como os seres humanos, podem ser complexos ou simples, mas cuja simplicidade decorre do facto de serem simplesmente complexos.

Os versos, nos poemas assim escritos, conduzem os leitores a várias interpretações e leituras. Podem ser lidos de trás para diante, ao inverso de diante para trás, de viés, de baixo para cima ou do fim para o princípio.

Mesmo escritos duma forma diferente ou inversa, um verso inverso pode sempre ser lido. Mas independentemente do modo ou da forma como é lido, o importante será sempre a leitura que cada um pode fazer.

Albino Freire Correia Soares (Adelino do Outeiro) nasceu em Martim Vaqueiro, uma pequena aldeia do concelho de Ansião, no ano de 1957.
Concluiu o Curso de Enfermagem em 1981 e exerceu essa profissão durante seis anos, enquanto cursava Medicina, na Universidade de Coimbra, como trabalhador-estudante. Médico Estomatologista, exerce funções no Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (C.H.U.C.B.) e como professor convidado na Universidade da Beira Interior (U.B.I.).

Desde muito cedo, é um apaixonado pela poesia e por toda e qualquer atividade que com ela se relacione. Da sua lavra, destacam-se as participações em jogos florais (Liceu José Falcão: com uma menção honrosa e um 3.º prémio) e algumas publicações em órgãos periódicos da AE da Escola de Enfermagem, que lhe valeram o epíteto de O Poeta.
Mais recentemente, viu publicados alguns dos seus poemas em coletâneas de prosa e poesia das Edições o Declamador, entre as quais: «Entre Palavras», «Poem’ Art II» e «Delírios Poéticos». Também numa antologia da Chiado Books, «Liberdade II», e no Jornal do Fundão, com a publicação do poema «O Jogo e a Vida».