Augusto regressa a casa. Na verdade, nunca foi a sua casa, mas a casa de origem da sua família, o seu centro gravítico. No dia do seu regresso, dá-se um assassinato na aldeia, um dos locais mais pacíficos do país. A imprensa resolve acorrer para dar conta do sucedido e um ex-presidente da Junta vê neste acontecimento a oportunidade de ressurgir politicamente. Simultaneamente, dá-se o estranhíssimo caso de o corpo não se corromper, o que leva a que exista alguma adoração ao assassinado. A aldeia adquire um reconhecimento impensável e o que parecia ser uma tragédia é celebrado por todos, quase sem pudor. O julgamento faz-se na perspetiva de procurar premiar quem cometeu o crime. Paralelamente, disputar-se-ão eleições autárquicas e o ex-presidente da Junta usará todos os trunfos para vencer, desde a organização de um negócio relacionado com visitas ao corpo do adorado morto, a propor a beatificação e ao turismo religioso…

Os amores proibidos sucedem-se e há um suicídio que promete deixar a aldeia de pernas para o ar.

A morte e o amor estão presentes ao logo de todo o texto, havendo uma desconstrução de conceitos.

Elói Gouveia Santos nasceu no Porto, em 1982.

Viajar e ler são duas das melhores coisas do seu mundo.