O velho poeta escrevia
O que lhe ia no coração
Escrevia o que sentia
Como se rezasse uma oração
Ninguém o compreendia
Só mesmo ele, ao escrever
Porque o que o poeta sentia
Só estava em seu poder
E assim o velho poeta
Mensagens ao mundo deixava
Apenas com a sua letra
De ele e de outros falava
Maria da Esperança da Silva Loureiro Santos, (Lia para família e amigos), nasceu em Montes, Alcobaça, no dia 29 de Janeiro de 1939.
A infância e adolescência foram passadas nessa região, onde os pais eram agricultores, vivenciando o dia a dia de uma terra laboriosa, com os prazeres simples de uma aldeia típica no Portugal de então.
Foi continuar os estudos tarde, já com 19 anos, e só após a morte da tia-avó de quem herdou o nome e de quem cuidava com desvelo.
Concluído o 5º ano do liceu, frequentando o ensino entre Alcobaça e a Nazaré, e rumou até Lisboa, onde foi trabalhar na secretaria da Manutenção Militar.
Casou, teve dois filhos, e em Lisboa permaneceu até à idade da reforma, retomando então às origens.
Neste trajeto de vida sempre escreveu poesia, que de seguida rasgava por não lhe reconhecer mérito e por acanhamento em mostrá-la a outros.
Só com a vinda dos netos, ao inventar versos e cantigas para os embalar, as pessoas se foram dando conta do seu potencial poético.