“Há precisamente dois anos… Há precisamente dois anos, depois de ela começar a baralhar tudo, a perder tudo e mais alguma coisa, a deixar as luzes ligadas durante todo o dia, durante toda a noite, a esquecer-se de pagar as contas, a esquecer-se dos nomes de toda a gente e tratar toda a gente por quem não era…

   Ainda hoje, não caí em mim… Aquelas palavras do médico ainda hoje me assombram. A sua mãe sofre de Alzheimer… Acho que foram as palavras mais duras que alguma vez me disseram. A sua mãe sofre de Alzheimer. Ainda hoje as escuto e não me parece que tão cedo as esqueça… Parece que tudo me caiu em cima… A sua mãe sofre de Alzheimer. Não soube reagir naquele instante. Nem naquele instante, nem agora, passados dois anos. Não sei reagir quando ela me trata por Adelaide, quando ela me trata por tia, e quando eu lhe digo, mãe sou a Pilar, a tua filha e ela responde, eu não estou maluca, sei muito bem que és a Pilar, a minha filha!

   Lá está ela de novo. Lá está ela com o olhar perdido na avenida, com um sorriso de criança a viver mais alguma das suas histórias momentâneas…”

Nasceu em 1994 na Quadra, uma pitoresca aldeia do concelho de Vinhais, Bragança. Lança o seu primeiro livro “A menina que sonhava com rosas” em janeiro de 2012 envolvendo-se a partir daí num caos sem fim, que diz ele ser o amor pela escrita, ou antes o amor por imaginar, escrever e depois viver mais vidas para lá da sua. Diz ainda, não temer de forma alguma mostrar tudo quanto há dentro dele e por isso continua a escrever…

Frequenta ainda, na Escola Básica e Secundária D. Afonso III de Vinhais, o décimo segundo ano de escolaridade na área de Humanidades.

Brinda-nos agora com a sua segunda obra, O cantar das vinhas, uma história que promete apaixonar os leitores até ao último instante.