A portada deste livro deixa claramente transparecer o objectivo que o norteia, ou seja verter para letra de forma uma acepção ou leitura nova, aliás, inédita de Fanga, romance de Alves Redol. E, assim, o autor postergou o carácter apologético do romance, já exaustivamente glosado, para exaltar a vertente antropológica da obra. Isto com manifesto e vultuoso ganho para a história social da vila da Golegã, na década de quarenta.
Redol como, de resto, o autor, na sua esteira, fundaram este inventário de memórias e reminiscências no testemunho presencial e na tradição oral, uma forma não despicienda de reconstrução do passado.
O mais que se vê deste livro é um glossário apenso, prontuário auxiliar ou vade mecum indispensável na leitura e compreensão do romance. E também um rol das alcunhas dos habitantes da vila, condimento essencial para a contextualização dos sucessivos andamentos da obra.
António Jorge Farinha Marques nasceu na vila da Golegã, onde reside.
É casado. Tem um filho.
Cursou direito na Universidade Clássica de Lisboa.
Prestou serviço militar em Angola no período que decorreu entre meados de 1961 e finais de 1963.
Serviu na magistratura do Ministério Público. Exerceu a actividade profissional de advogado durante mais de quatro décadas.
Foi “quadro” da CP-Caminhos de Ferro Portugueses e, em comissão de serviço, administrador da extinta Companhia Nacional de Navegação. À sombra do mesmo regime prestou a sua colaboração profissional a outras empresas do sector público.
Colaborou na imprensa periódica de Luanda, de Lisboa e, particularmente, em jornais de cunho regionalista.